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Colmeias

Organização

Algumas abelhas se organizam em colônias e são insetos sociais, isso significa que se dividem em grupos com funções bem definidas. Essas funções garantem a manutenção e a sobrevivência da colônia, que conta com uma rainha, de 5 mil a 100 mil operárias e até 400 zangões.

Somente as rainhas são capazes de produzir ovos fertilizados, dando origem às operárias, e ovos não fertilizados, dando origem aos zangões. A rainha consegue manter a ordem da colméia através da liberação de substâncias chamadas feromônios, espantando outras rainhas da colmeia, atraindo zangões para o acasalamento e orientando as operárias.

Rainha

A rainha nada mais é do que uma larva alimentada com geleia real, uma substância mais nutritiva e açucarada do que a servida às demais larvas. 
 

A rainha pode ser substituída quando ela deixa de produzir feromônios ou está em idade avançada. Assim, as operárias passam a alimentar uma ou mais larvas para serem rainhas. Após o nascimento das rainhas, elas lutam entre si até que uma sobreviva. Pode acontecer da rainha antiga permanecer junto à rainha nova, até que ocorra sua morte natural. Em alguns casos, a nova rainha elimina a rainha antiga.

Operárias

Devido ao alimento menos nutritivo que receberam durante sua fase larval, as operárias possuem os órgãos reprodutores atrofiados, não sendo capazes de se reproduzirem. Não menos importantes, são encarregadas por toda a manutenção e limpeza da colmeia. Suas funções são atribuídas de acordo com a necessidade da colônia e de sua idade. 

Operárias do 1º ao 5º dia possuem as funções de limpeza dos alvéolos¹ das colmeias e abelhas recém-nascidas; as abelhas de 5 a 10 dias de idade são responsáveis por alimentar as larvas em crescimento. Nesse estágio são chamadas de abelhas nutrizes, onde estão sendo desenvolvidas suas estruturas produtoras de geléia real. Do 11º ao 20º dia, por estarem com suas glândulas ceríferas em desenvolvimento, as operárias realizam a produção de cera e de favos e elaboram o mel através do néctar trazidos por outras abelhas; do 18º ao 21º dia são responsáveis por defender a colmeia. É nesse período que seu ferrão está se desenvolvendo e começando a produzir veneno. Do 22º dia até o dia de sua morte, que dura em média 42 dias, as operárias são responsáveis pela coleta de néctar e de pólen, por isso são denominadas campeiras.

Apesar de terem atividades atribuídas de acordo com seu tempo de vida e desenvolvimento dos órgãos, as operárias são capazes de ativarem determinada glândula que esteja atrofiada se esta for a necessidade da colmeia. Uma abelha coletora de mel pode ficar responsável pela alimentação das larvas, por exemplo. As operárias possuem órgãos que não estão presentes na rainha ou no zangão, como a corbícola².

A quantidade de polén, néctar e água muda de acordo com a época do ano, com isso, as atividades da colmeia também acabam mudando, conforme tabela a seguir:

No início do inverno, as rainhas realizam a postura de ovos infertilizados, aumentando a população de zangões, se preparando para a enxameação³. Também é possível que as operárias estejam criando uma nova rainha. A rainha original vai deixar a colmeia e algumas operárias a seguirão em busca de um novo local para a colmeia. As abelhas restantes continuam com a colmeia anterior, além de estarem cuidando das larvas de rainhas, que ao se desenvolverem vão lutar entre si até que reste apenas uma delas.

Zangões

Os zangões são exclusivamente do sexo masculino e são responsáveis por fecundar a abelha rainha durante o voo nupcial⁴, garantindo a reciclagem da população da colônia. Os zangões são maiores que as operárias e possuem uma musculatura bastante desenvolvida, além de visão apurada e antenas com uma capacidade olfativa aguçada, o que vai garantir seu sucesso de acasalamento durante o vôo nupcial, devido à maior orientação e rapidez na localização das rainhas virgens. Após o acasalamento, o zangão morre, pois seu órgão genital fica preso ao corpo da rainha e se rompe.

Estrutura

O local mais natural para as abelhas fazerem sua colmeia é na parte oca de um tronco de árvore ou em um tronco oco, caído ao chão. Independente do local, sua estrutura interna obedece um mesmo padrão de construção e arranjamento, utilizadas para diversas tarefas e funções. Uma colmeia varia de 30 a 100 mil indivíduos. Quando está superpopuloso, cerca de 50% das abelhas partem para construir uma nova colônia. 

Uma colmeia possui favos⁵, que são formados por alvéolos de seis lados. Essa forma permite um maior aproveitamento do espaço e menor utilização de cera. Os alvéolos possuem uma inclinação que evita o escorrimento do mel e impede que a larva caía. Os alvéolos podem ser maiores, onde a rainha faz postura de ovos de zangões, ou menores, que são utilizados para a criação de operárias e para o armazenamento de alimento. Quando a colmeia estiver pronta, os alvéolos terão um padrão de ordenação: no alto é estocado o mel, na parte de baixo, o pólen, depois as larvas e ovos e, por último, os zangões. Os favos são feitos com a cera produzida pelas glândulas ceríferas das abelhas operárias. A prole é criada no centro da colméia, facilitando o controle da temperatura feito pelas operárias. A cria ocupa o centro do favo, e os cantos tanto inferiores quanto superiores são usados no estoque de alimento, o que facilita o trabalho das abelhas nutrizes. 

A temperatura da colméia varia de 34 a 36 °C, temperatura que mantém a textura ótima. Quando a colméia superaquece, algumas operárias batem suas asas para ventilá-la e outras trazem gotículas de água para controle da temperatura.

Abelha x Vespa

Abelhas e vespas, apesar de semelhantes, possuem algumas diferenças. A primeira, taxonomicamente⁶ falando, está na sua família, pertencem à família Apidae e as vespas à família Vespidae. Uma outra diferença está nas asas que nas vespas ficam apontadas para cima quando estão em repouso, enquanto as asas das abelhas ficam na horizontal. Com relação ao corpo, as vespas possuem um abdômen mais fino, enquanto as abelhas são mais robustas. Uma outra diferença importante se dá no tipo de picada,  enquanto as vespas conseguem injetar seu veneno através do ferrão e posteriormente retirá-lo da pele do indivíduo e irem embora, as abelhas morrem após ferroarem, pois o ferrão é um prolongamento de seu abdômen e ele se rompe ao ferroar a vítima. Esse comportamento “suicida” ocorre quando ela se sente ameaçada. 

Picada: o que fazer?

Geralmente, uma picada de abelha ou marimbondo não causa nada além de uma reação local, caracterizada por dor, inchaço no local e vermelhidão. Porém, uma parcela da população acaba sendo alérgica a essas picadas e sofre uma reação muito mais intensa e perigosa, denominada reação generalizada. Os principais sintomas dessa reação se desenvolvem rapidamente e podem incluir formigamento e tontura; inchaço nos lábios ou na língua; perda de consciência; dificuldade para respirar e coceira generalizada ou urticária.

Apresentando qualquer um desses sintomas após uma picada, deve-se dirigir ao pronto-socorro com urgência. Não havendo sinal de reação generalizada, caso haja ferrão, este deve ser retirado com um objeto apropriado e a aplicação de compressa fria pode ajudar a aliviar a dor e o inchaço, que também pode ser reduzido com a elevação da área da picada.

Glossário

1. Cada uma das cavidades hexagonais da colmeia onde as abelhas depositam seus componentes.

2. Parte da perna posterior da abelha que é usada para ancorar e transportar o pólen.

3. Multiplicação das colônias de abelhas, pela emigração de uma parte da população de uma colmeia.

4. Vôo que acontece exclusivamente para o acasalamento de dois indivíduos.

5. Conjunto de alvéolos onde as abelhas depositam o mel.

6. A taxonomia é uma área na biologia responsável por definir grupos de seres vivos baseando-se em características comuns, dando nome a esses grupos.

Para mais informações: